HISTÓRIA DE CONGONHAS
Por volta de 1700, alguns portugueses povoaram a Vila Real de Queluz (hoje Conselheiro Lafaiete). Muitos se fixaram na Vila Real de Queluz e outros saíram em busca de ouro, fundando novos arraiais e organizando núcleos populacionais às margens do Rio Maranhão.
Há alguma controvérsia sobre a data da criação da Freguesia de Congonhas. Xavier da Veiga cita sua criação por Alvará Régio de 03 de abril de 1745. Entretanto, o Cônego Trindade menciona o ano de 1734 e, segundo ele, a Freguesia foi elevada à condição de Coletiva por Alvará de 06 de novembro de 1749. O livro de Lotação das Freguesias do Arquivo Eclesiástico de Mariana registra informação mais detalhada e confiável: “Foi erigida por ordem de Sua Majestade em 1734 e depois, pelo Ordinário, em curato e, pelo Alvará de 13 de abril de 1745, foi mandada declarar natureza coletiva, em lugar da Nossa Senhora da Conceição do Ribeirão do Carmo que, pela sua elevação à Cabeça da Diocese, passou a ser curato amovível a arbítrio do Prelado”.
Devido à quantidade de ouro encontrada, esse importante centro de mineração gerou fortunas para muitos homens que aqui se instalaram. Em 1746, numa lista secreta dos homens mais abastados da Capitania constaram dez nomes da Freguesia de Congonhas e todos eram mineiros. O historiador Augusto de Lima Júnior, na Revista de História e Arte, nº 01, afirmou que as lavras das Goiabeiras, Boa Esperança, Casa de Pedra, do Pires, da Forquilha e do Veeiro são indicadores de um passado de larga prosperidade, além do famoso Batateiro, assim chamado pelo tamanho avultado dos grandes granetes de ouro, que fizeram a riqueza de inúmeros mineradores.
Etimologia
CONGONHA – s.f. Luxemburgia polyandra.
O nome da cidade de Congonhas deve-se ao fato de existir em seus campos, a planta congonha, um arbusto medicinal e ornamental.
A palavra Congõi (Congonha) é de etimologia Tupi-guarani e quer dizer o que sustenta, o que alimenta.
Em outra versão, COA=mato; NHONHA=sumido; o que significa zona em que o mato desaparece: campo.
O nome Congonhas do Campo veio destas duas versões.
Congonhas é uma variedade de erva mate, da família das aquifoliáceas. Os índios guaranis foram os primeiros a usarem as folhas e as cascas desta árvore como planta medicinal. Os jesuítas divulgaram o seu uso sob a forma de chá, como substituto do chá da Índia. É usado no Brasil, principalmente nos Estados do Sul e nos países Sul-americanos, sob forma de mate queimado ou chimarrão. Ainda hoje, o chá da folha da congonha é consumido pelos habitantes da região. Segundo a crença popular, além de saboroso, o chá é anti-inflamatório, diurético, calmante e ótimo tônico para o coração.
Variedades: Congonha bate-caixa ou caixa de guerra, congonha bugre, congonha douradinha ou congonha de folha miúda.
A Lei Estadual nº 336, de 27 de dezembro de 1948, simplificou a denominação do município, reduzindo-a para Congonhas, sem consulta prévia à população.
Em 31 de agosto de 2003, houve uma tentativa de restaurar, através de plebiscito, o nome histórico “Congonhas do Campo”, nome pelo qual o município é conhecido além de suas fronteiras. Porém, a maior parte dos eleitores optou pelo nome de Congonhas.